terça-feira, 30 de março de 2010

Sou HEREGE assumido! E daí?


Quer mesmo saber? Sou herege! E digo isso com o peito cheio. Se quiser, pode me mandar pra fogueira agora mesmo. Estou pronto a morrer pela mensagem subversiva de que sou portador. Mesmo porque, não valeria a pena viver por algo pelo qual não se disponha a morrer.

Minha heresia?

Discordar do que tem sido feito em nome da ortodoxia.

Meu problema não é com a ortodoxia em si, mas com a práxis dos hipócritas que vivem o avesso do que afirmam crer. Eles me dão ânsia de vômito.

Por isso, resolvi chutar o balde e assumir de vez a postura de herege.

Eles pregam a divindade de Jesus, porém tratam-nO como se fosse um empregadinho.

Chamam-No de Senhor, mas exigem que Se lhes submeta, atendendo às suas ordens, determinações e decretos.

Ensinam a divindade do Espírito Santo, mas ridicularizam-nO com manifestações bizarras que não temem atribuir a Ele.

Pregam a salvação pela graça, e em seguida exigem que seus seguidores façam sacrifícios complementares para assegurar-lhes a condição de salvos.

Pregam que Jesus está às portas, mas levantam campanhas milionárias para construir catedrais suntuosas ou adquirir aviões, em vez de pregar a esperança de dias melhores e contribuir para amenizar as injustiças sociais.

Ensinam a generosidade só para colocá-la à serviço de sua própria avareza.
Cansei de fundamentalismo barato, intelectualmente preguiçoso, e ideologicamente comprometido com os poderes deste mundo. Cristãos que preferem ladear os poderosos, e desprezar os miseráveis e excluídos. Denunciam a pretensão socialista de que o Estado ocupe o lugar de Deus, mas fazem vista grossa ao Estado Neo-liberal que se presta ao papel de Diabo.

Prefiro a isenção profética! Não quero aliar-me a qualquer que seja a ideologia, pois todas são inequivocadamente imperfeitas. Prefiro ser porta-voz do Reino, a ser defensor de agendas ideológicas. Marx não me convence! Mas não será Olavo de Carvalho que me converterá ao conservadorismo. Não me curvo ao Estado, mas também não me prostro ante o Capital.

Ambos são potencialmente ídolos. Ambos exigem lealdade absoluta, coisa que só devo ao império de Cristo.

Heresia, do latim haerĕsis, por sua vez do grego αἵρεσις, "escolha" ou "opção"

Por: Hermes C. Fernandes
Fonte: Genizah

sexta-feira, 5 de março de 2010

Jesus não tem dente no país dos banguelas!


Jesus em seu tempo era comum.
Não causou estranheza ao entrar em lugar nenhum.
Não era um ser, assim por dizer, chamativo.
Não era louro. Com certeza. Senão o povo logo diria quanta estranheza neste “galego”. Mas não disseram.
Foi preciso um beijo para identificá-lo. Comum demais. Igual demais. Poderiam levar outro por engano.
Jesus não tinha um personal stilist (acho que é assim que se escreve, rs)
Não tinha preocupação com o que vestiria. Era muito comum. Não se vestia diferente. .
Mas quando Ele falava. Quanta diferença.
Suas palavras iam ao fundo da alma de qualquer pessoa. Sendo ela letrada ou não. Sua fala tinha vida. Ele chegava no “quê” da questão de forma simples, direta e sem rodeios filosóficos.
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Ele não causava impacto quando entrava. Mas quando saia… O povo fica estarrecido: “Como? De que forma? Um cara comum poderia fazer tanto assim?”.
O impacto que ele causava na saída era magnífico. Fazia com que pessoas o quisessem e os demônios se apavorassem. Ele atraia as pessoas, as multidões os simples, os letrados os que eram párias da sociedade. A todos e a mim. Que simplicidade contagiante e constrangedora.
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Não era só pelo que ele era. Tinha muito haver de quem ele era.
Sua vida, sua trajetória estava ligada ao Pai. Ele sabia o quanto dependia dele, e o quanto o comum na mão do Pai se torna extraordinário.
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Jesus não se preocuparia em ter dentes num país de banguelos.
Ele sabia que não seria sendo diferentão que o povo se achegaria. Não havia tanta necessidade assim. O trivial, o básicão só isso.
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O que chamava a atenção do povo,
Não estava na sua aparência.
Não estava no seus amigos.
Nem na sua profissão.
Estava naquele a quem ele declarou amor.
Estava no Pai.
A sua relação íntima e dependente do pai constrangia. Constrange até hoje.
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Não importa quantos dentes ele tinha. Importava a quem ele tinha como referência.
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Que tal também agir da mesma forma.

Menos forma.
Mais conteúdo
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Menos estratégia
Mais dependência do Pai
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Menos beleza pela beleza apenas.
Mais o simples e o comum
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Menos presença de palco.
Mais impacto na saída
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Menos multidão
Mais relacionamentos
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Menos rigor religioso
Mais acessibilidade
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Menos querer ser o “ó” do borógódó.
e querer parecer mais com os seus irmãos.
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Mais, sempre mais só do Pai.
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Jesus eu quero ser igual ao senhor. Tão comum que ninguém ia saber quem é.

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Mais um texto que recebo da minha querida amiga Joyce.
Obrigada Linda! Trouxe muitas reflexões boas pra mim ;)